Lá no primeiro ano de faculdade, logo no início, coisa de dois meses, fomos convocados a participar do Intercom Sul. Intercom??? Sul??? O que isso? Bem, para nós representaria mesmo a primeira viagem com o pessoal da faculdade. Ahh, viajar... na faculdade? Perfeito. Quem nunca pensou nisso antes de entrar numa universidade? Eu, sem dúvidas, pensei. Confesso que tinha medo. Mas a euforia era maior que isso, maior que o medo. E fomos... fomos...
E cá estamos, voltando do nosso terceiro Intercom. Está certo que a cada ano há menos companheiros de viagem. Lá no primeiro, mais de 30. Neste ano, oito. É, oito mesmo. Mas não seria isso que tornaria a viagem melhor ou pior. Modéstia a parte, sabemos aproveitar a oportunidade muito bem. E não adianta, cada Intercom é um Intercom. Seja com 100 ou com dois. Com chuva (e isso sabemos bem) ou com sol. Enfim... É único. É festa e estudo. É socialização com pessoas dos mais variados estilos.
E olha que estilos diferentes é o que mais vemos. E sem exagero: chegamos a nos assustar. Mas, “peraí”, isso não combina com jornalista. Temos de estar abertos a tudo. Pré-conceitos devem passar longe. E sabe o que é mais bacana? É ver que as pessoas não têm vergonha de ser quem são. De expressar o que sentem. De agir como acham que devam agir. Saímos daquela rotina de tudo ser igual, sempre. É o choque da realidade. É o jornalismo em sua essência. E ninguém está preocupado com isso. Todos querem é viver a vida. E por que não ganhar novas experiências, também? Tudo é válido.
Mas sabe no que mais pensei durante a terceira viagem da faculdade? Eu falo. Pensei o seguinte: o que move tanta gente a participar do tal do Intercom?? Por que e pra quê ir lá? Seria pelos shoppings que conhecemos, pelas comidas novas que provamos? Ou talvez pelos lugares, pontos turísticos? Mas quem sabe seja para fazer novos amigos ou encontrar um amor? Alma gêmea? Pode ser também para pagar micos, ou visitar uma nova cidade com 1 milhão de habitantes, sem conhecer ninguém (sim, ano passado fomos sozinhos a Porto Alegre)? Será isso tudo? Pode ser, pode não ser...
Mas e os estudos? Não será por ele que vamos? Apresentar um trabalho que concorre com outros tantos? Mostrar que somos capazes. Ser aplaudido, ovacionado, admirado numa apresentação de um artigo? Também rever amigos, capturar novas informações, ficar de olho no que as outras universidades andam fazendo? Absorver tudo o que viu, ouviu, descobrir o novo para se tornar um grande jornalista?
Não sei. Pensei, pensei e não cheguei a uma conclusão concreta. Entendi que cada pessoa presente pode estar lá por todos os motivos ao mesmo tempo. Afinal, Intercom é algo meio que inexplicável. E ainda tem aquela máxima: assunto de Intercom morre no Intercom. É... Só vivendo ele saberemos o que é e o porquê vamos. Mas, pra mim, o mais bacana é poder comprovar que a cada dia que passa, mais tenho certeza de que estou na direção certa. Estou no jornalismo. É isso. Viva o jornalismo! Viva em todos os sentidos. E pra quem não sabe, Intercom Sul é o congresso de comunicação que reúne os acadêmicos mais diferentes e estranhos do sul do país, os que cursam Comunicação Social.
Por: Luan J. de Bortoli, 5ª fase jornalismo.
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