segunda-feira, 14 de junho de 2010

Barraginhas: A Caixa d'Agua Natural do Solo

Postado em: 26/05/2008

A técnica da construção das barraginhas é um processo simples, em que a água das chuvas é captada, impedindo assim o aparecimento de erosões e recuperando áreas degradas, gerando ganhos ambientais e sociais. É uma técnica simples e barata usada principalmente no centro oeste do Brasil.
O solo é como um telhado que coleta a água das chuvas. Para que essa água seja absorvida e não apenas deslize sobre o solo causando erosões e assoreamentos se desenvolveu a técnica das barraginhas, que funciona como mini-açúdes, diminuindo a força da água e evitando os danos causados pelas enxurradas.
O princípio das barraginhas consiste em carregar e descarregar o lago, fazendo com que a água acumulada infiltre num rápido espaço de tempo entre uma chuva e outra, de uma forma que ocorra inúmeras recargas durante o ciclo chuvoso, elevando o lençol freático, fazendo uma espécie de caixa d’água natural do solo.
O volume médio de água armazenada é em torno de 100m3/barraginha, repetindo cerca de 12 a 15 vezes por ciclo de chuvas. A construção de barraginhas tem como principal função a recuperação de áreas degradadas pela chuva, visando também a revitalização e conservação de mananciais com água de boa qualidade, diminuindo o efeito das secas e enchentes.
A novidade está sendo usada principalmente na parte centro oeste do Brasil. Em Sete Lagoas (MG) já existem mais de 20 mil barraginhas construídas em 26 municípios. O custo por barraginhas varia segundo o tempo gasto para a sua construção, normalmente entre de 1,5h a 2h de trabalho com máquina, representando um custo total médio de R$ 80,00 a 150,00 por barraginha.
A técnica foi um dos assuntos destacados na I Semana da Água do Alto Uruguai Catarinense, e segundo o pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, também organizador da Semana, Cláudio Miranda, “a barraginha é um método eficaz em lugares como o centro oeste, mas para nossa região é um pouco limitada. No entanto, podemos obter resultados bons se usarmos para a drenagem da água nas estradas, evitando as erosões causadas pela força excessiva das águas ”.



Fotos: Luciano Cordoval - Embrapa Milho e Sorgo - MG



Por Ana Paula Heckenblaikner

5ª Fase de Jornalismo

Nenhum comentário:

Postar um comentário