terça-feira, 22 de junho de 2010

A Tradição que Atravessa Fronteiras e Gerações




Postado em: 26/05/2008

No dia dois de julho de 1921, a jovem Maria Haas Eberl, nascida Kundl, cidade do Tiro na Àustria, acompanhada pela sua família e tantos outros amigos, imigraram para o Brasil na procura de novas oportunidades. A cidade escolhida foi Treze Tílias, em Santa Catarina, por ter o clima e o relevo semelhantes com o da Áustria.

Cada família recebeu uma terra e aos poucos ia pagando com aquilo que produzia. Esses imigrantes eram agricultores que decidiram vir para o Brasil por causa da crise econômica que elevou os preços, tornando quase impossível a subsistência das famílias com apenas o que produziam.

Na bagagem em meio a roupas e objetos pessoais, havia um instrumento muito popular na Áustria, a Cítara, que a jovem Maria tocava desde os nove anos e pelo qual tinha o maior carinho.

Durante a longa viagem, mesmo com todo cuidado da jovem, um acidente inevitável danificou a preciosa Cítara. Devido as dificuldade que passavam naquele momento não teve como recuperá-la. A jovem então passou boa parte de sua vida na expectativa de um dia poder adquirir um novo instrumento. Teve seu sonho realizado após os 18 anos.

Maria sempre fez parte das festas e grupos folclóricos da cidade de Treze Tílias, e assim que nasceram seus netos, fez questão de ensiná-los a herança do saber e cultivo da tradição Austríaca. Alexandre aprendeu a tocar Cítara com 12 anos e Sabrina com 11 anos.

Hoje, Maria Haas Eberl,com 82 anos, continua tocando e se emocionando ao ver os netos Alexandre e Sabrina Ungericht que não só aprenderam, mas também procuram manter a cultura através de apresentações. Em 2001 gravaram um CD com a participação da mãe Ilse Ungericht, acompanhando com o violão. A Cítara é um instrumento de cordas, tem o som parecido como de uma harpa, “no Brasil são poucos que sabem tocá-lo”, afirma com satisfação a neta Sabrina.



Por Ana Paula Heckenblaikner
4ª Fase de Jornalismo

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